Lula pressiona Mercosul a apertar cerco contra o crime organizado
Presidente defende ações conjuntas e diz que segurança pública não tem lado político
Por: Redação|Agência Brasil
21/12/2025 • 10:40 • Atualizado
Durante a Cúpula do Mercosul, em Foz do Iguaçu, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu neste sábado (20) que o enfrentamento ao crime organizado entre na lista de prioridades do bloco sul-americano. Para ele, a atuação conjunta entre os países precisa acontecer sem olhar para ideologia ou perfil dos governos.
"A segurança pública é um direito do cidadão e um dever do Estado, independentemente de ideologia. O Mercosul demonstrou disposição de enfrentar as redes criminosas de forma conjunta. Há mais de uma década, criamos uma instância de autoridades especializadas em políticas contra as drogas. Neste semestre, assinamos um acordo contra o tráfico de pessoas. Criamos uma comissão para implementar uma estratégia comum contra o crime organizado transnacional. Instituímos um grupo de trabalho especializado sobre recuperação de ativos, a fim de asfixiar as fontes de financiamento de atividades ilícitas", disse.
O presidente também puxou o debate sobre crimes no ambiente digital e afirmou que os países concordaram que a internet não pode virar terra sem lei. Ele anunciou a intenção do Brasil de articular uma reunião com ministros da Justiça e da Segurança Pública da América do Sul para fortalecer a cooperação regional.
"Concordamos que a internet não é um território sem lei e adotamos medidas para proteger crianças e adolescentes e dados pessoais em ambientes digitais. A liberdade é a primeira vítima de um mundo sem regras. Mas essa é uma luta que vai além do Mercosul. Não existe hoje, em funcionamento, uma instância de abrangência sul-americana dedicada a esse problema. Por isso, em consulta com o Uruguai, o Brasil pretende propor a convocação de uma reunião de ministros da Justiça e de Segurança Pública do Consenso de Brasília para discutir como fortalecer a cooperação sul-americana no combate ao crime organizado", afirmou.
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