Problemas cardíacos, antes associados a homens acima dos 40 anos, já aparecem com frequência entre jovens de 20 a 30. Dados do National Health and Nutrition Examination Survey mostram que 7,3% dos adultos entre 18 e 39 anos têm hipertensão e 8,8% apresentam colesterol alto. Quando entram na conta os níveis elevados ou limítrofes, os índices sobem ainda mais, muitas vezes sem diagnóstico nem acompanhamento médico.

O cardiologista Aloisio Barbosa da Silva afirma que quase um em cada quatro jovens já apresenta alguma alteração de pressão ou colesterol antes dos 40. Segundo ele, o avanço está ligado a hábitos que comprometem o metabolismo, como sedentarismo, alimentação desbalanceada e rotina desregrada. A cardiologista Sarah Fagundes Grobe, professora da PUCPR e integrante da Sociedade Brasileira de Cardiologia, confirma que o risco cardiovascular cresce entre jovens de ambos os sexos.

"A gente sempre ouviu falar que infarto, hipertensão, arritmia eram considerados problemas de gente mais velha. Mas isso não é mais a nossa realidade, tanto no Brasil, como no resto do mundo,” explicou.

A recomendação é que o acompanhamento médico comece cedo, ainda por volta dos 20 anos, com avaliação da pressão arterial, exames de colesterol e outros marcadores de risco. Pesquisas internacionais reforçam o alerta: estudo realizado na Espanha mostrou que 18% dos jovens adultos já apresentavam pré-diabetes, hipertensão ou dislipidemia, enquanto quase metade estava acima do peso ou fisicamente inativa.