Rosemberg Pinto critica obstrução e defende empréstimos do governo na ALBA
Deputado diz que oposição distorce dados, prolonga sessões e atrasa votações estratégicas
Por: Marcos Flávio Nascimento
17/12/2025 • 14:33 • Atualizado
O deputado estadual Rosemberg Pinto (PT), líder do governo na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), rebateu nesta quarta-feira (17), às críticas da oposição sobre a tramitação de projetos em regime de urgência e a autorização de empréstimos do governo da Bahia. Em entrevista ao programa Portal Esfera no Rádio, da Itapoan FM (97,5), o parlamentar atribuiu o desgaste das longas sessões à estratégia oposicionista de alongar debates e deslocar o foco das matérias em pauta.
Ao comentar a sessão que ultrapassou 16 horas de duração, Rosemberg afirmou que o tempo excessivo não foi dedicado à análise técnica dos projetos.
“Eles passam horas discutindo um projeto e, em vez de votar, fica todo mundo fazendo discurso deslocado, só para criticar o governo”, disse.
Segundo ele, a prática tem como objetivo atrasar deliberações que já estão maduras para votação.
Empréstimos e capacidade de endividamento
Durante a entrevista, o deputado também criticou o que chamou de distorção da oposição sobre as operações de crédito autorizadas pela AL-BA. De acordo com ele, os projetos de empréstimo indicam claramente as áreas de investimento, como infraestrutura, saúde, segurança pública e agricultura, ainda que não detalhem obras pontuais: “O que não existe é dizer que já vem tudo especificado, como rua tal ou bairro tal. Isso é feito por meio de emendas [que chegam até o legislativo]."
O petista destacou ainda que a Bahia possui hoje o menor nível de endividamento entre os estados brasileiros. “A Bahia tem autorização legal para endividar até duas vezes o orçamento, mas utilizou apenas 0,33. São Paulo já está em 1,2, o Rio de Janeiro em 1,99 e o Rio Grande do Sul também em 1,99”, afirmou. Segundo ele, o próprio presidente do TCE-BA, Marcos Presídio, já confirmou que o estado tem a maior capacidade legal de endividamento do país.
Para Rosemberg, o crédito contratado funciona como uma antecipação de investimentos, com prazos longos de pagamento e subsídios favoráveis:
“Nós estamos falando de projetos que só vão estar em execução no próximo ano."
Críticas à oposição e desgaste das sessões
O deputado também direcionou críticas a nomes da oposição, citando o deputado Nelson Leal (PP). Segundo ele, o parlamentar ganhou visibilidade recentemente sem histórico de protagonismo. “Eu só ouvi Nelson Leal falar quando era presidente da Casa", afirmou, acrescentando que antes esse papel era ocupado por Álvaro Gomes (PcdoB), ex-deputado.
Rosemberg relatou ainda o cansaço físico provocado pelas sessões prolongadas: “Tinha deputado dormindo em plenário. Isso gera um prejuízo físico enorme, todo mundo fica exausto e, no fim, não surte nenhuma eficácia."
Para ele, a obstrução é permitida pelo regimento e faz parte da democracia, mas não produz resultados concretos. Questionado sobre a votação da Lei Orçamentária Anual (LOA) antes do recesso parlamentar, o líder do governo afirmou que isso depende exclusivamente da oposição.
Na avaliação dele, a estratégia de travar a pauta é “bestial” e sofre influência direta do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil). “São 20 deputados falando apenas para gastar tempo”, concluiu.
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